domingo, fevereiro 19, 2006

Diálogos (Im)perfeitos


George W. Bush e Tony Blair conversam alegremente num banquete oferecido pelos Estados Unidos aos representantes de países amigos, na Casa Branca.
Um dos convidados aproxima-se e pergunta:
- Sobre o que estão conversando de forma tão animada?
- Estamos fazendo planos para a terceira Guerra Mundial, diz Bush.
- Uau!, diz o convidado. E quais são esses planos?
- Vamos matar 14 milhões de muçulmanos e 1 dentista, responde Bush.
O convidado confuso, pergunta:
- Hum..., um dentista? Porque vão matar um dentista ?
Blair dá uma palmada nas costas de Bush e exclama:
- Não te disse ? Ninguém irá perguntar pelos muçulmanos!

domingo, janeiro 29, 2006

Mudança

forma
reforma
disforma
transforma
conforma
informa
forma


José Lino Grünewald fez este inteligentíssimo poema.
É um poema concreto, portanto sua forma visual tem tanta importância quanto a forma sonora, O que vemos? Sete palavras dispostas de maneira a formar um hexágono, na medida em que a primeira palavra tem 5 le-tras; a segunda, 7; a terceira, 8; a quarta, 10; a quinta, 8; a sexta, 7; e a sétima, 5 outra vez. Existe, portanto, um movimento crescente seguido por outro decrescente. Vemos, ainda, que a palavra base FORMA se desloca para a direita até atingir a metade do poema e, em seguida, volta à sua posição inicial, no eixo direita-esquerda. No eixo superior-inferior, a mesma palavra apresenta correspondência invertida de posições, como se puséssemos um espelho sobre o eixo.
Quanto aos prefixos utilizados, formam um losango, descrevendo o mesmo movimento crescente e decrescente do poema. Em nível de conteúdo denotativo, temos os significados imediatos das palavras:

- forma: os limites exteriores da matéria de que é constituído um corpo; feitio, configuração; também remete a molde;
- reforma: formar de novo, reconstruir, corrigir, emendar, melhorar, aprimorar;
- disforma: dis: separação, negação (da forma); remete a deforma: alterar a forma, fa-zer perder a forma primitiva;
- transforma: dar nova forma, modificar, transfigurar, metamorfosear;
- conforma: conciliar, harmonizar, ade-quar, amoldar, acomodar-se, resignar-se, corresponder;
- informa: comunicar, participar.

Portanto, partimos de uma forma que é corrigida, emendada, a ponto de se tornar disforme, de perder a forma primitiva. Há, então, a metamorfose, o aparecimento de uma nova forma (prefixo trans, "além de"). A partir daí, temos o processo de cristalização. Acomodamo-nos e resignamo-nos à nova forma, que será comunicada, espalhada, compartilhada. Chegamos ao ponto terminal do processo: forma cristalizada. Ele também pode ser um novo início.
No nível do conteúdo conotativo, percebemos que o processo descrito corresponde ao processo de abertura ou ruptura de algo estabelecido, que culmina numa descoberta, numa transformação (processo de crescimento da forma), e termina no estabelecimento de outro molde ou modelo, isto é, num fechamento. Esse processo tanto pode se referir didaticamente à descoberta de novas linguagens artísticas, ao processo da vanguarda que rompe os códigos estabelecidos, mas acaba propondo outros que tendem ao fechamento, como pode se referir ao processo de crescimento do ser humano em geral. Cada vez que aprendemos uma coisa nova (seja no terreno intelectual, seja no afetivo), rompemos um molde, tentamos reconstruí-lo, corrigi-lo, até que ele muda tanto que passa a ser uma nova forma. Aí começa o processo de nos acostumarmos com ela, de a mostrarmos aos outros, até que, finalmente, ela se torna habitual outra vez.
O que parecia uma brincadeira se enche de sentido. Torna-se belo. Ou, talvez, um grande "barato". E nos emociona, nos enche de alegria, de satisfação.
E o sentimento de completude.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Mudar-se

Como já dizia Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se o ser."
A mudança ocorre quando se tem a dúvida, já que esta é a semente do pensamento. Fatos que antes eram verdadeiros ou certos são expostos à análise quando outras evidências contrárias são provadas, surgindo uma certa dúvida na questão. Porém não garante que apesar dos pensamentos, as mudanças sempre serão para o melhor.
O que vcs acham dos “cabeças duras” ou das “Maria vai com as outras”? Há tempos atrás, eu os caçoava, porém mudar-se não é como mudar a sociedade. Mudar a sociedade, em geral, é mais fácil, uma vez que a mudança é imposta de fora para dentro. É só anunciar a descoberta da clonagem e já cria um rebuliço em sua volta, ou então, até uma coisa muito mais simples: é só anunciar algo na televisão e repeti-lo diversas vezes ao dia no comercial (propaganda) e pronto, as Marias estão manipuladas!
Porém para mudar-se, é necessário antes de tudo ter a auto-consciência da possibilidade da mudança. É preciso auto-investigar e ter a capacidade de analisar cada impulso seu e torná-los auto-compreensível. Saber coincidir seus pensamentos aos da sociedade e tentar colocá-los em equilíbrio. Procurar em suas palavras raízes, no seu eu-verdadeiro, a resposta para dúvidas que surgirem. Tudo bem que isso pode demorar, porém alcançá-lo deve ser uma satisfação singular. Esta mudança sim, é uma mudança consistente.

sábado, setembro 03, 2005

Intuição

Intenção?
Internação?
Interpretação!
Inquietação!
Introspecção.
Em tu a ação!

sexta-feira, agosto 26, 2005

Sem contar que tudu isso é...


apenas a ponta do Iceberg!

quinta-feira, julho 21, 2005

Dogville

Lanço-vos um último desafio!
Foi a última coisa que a minha professora falou na nossa última aula antes de começar a tão esperada férias!
Qual foi o desafio?
Assistir "Dogville".
Adorei a sugestão, mesmo não tendo a mí­nima idéia do que o filme tratava. A princí­pio pensei num daqueles filmes infantis desenhado em programas 3D (mas daí não seria desafio... pois adoro, apesar da idade). De qualquer forma, adorei porque férias significava descanso e descanso significava videolocadora,... a princí­pio.
A capa do DVD me despertou curiosidade.

É um filme comum de uma mulher que vai se esconder num vilarejo fugindo de uns capangas... ehhhh, acho que vai ser legalzinho.
Chamei toda a famí­lia e quando começamos a assistir, o impacto
foi grande.
O QUE É ISSO ! ! ! ? ? ?
Um teatro filmado?
Só sei que a minha família começou a caçoar de mim: Que belo filme vc pegou heim? Vai ser todo deste jeito?
O fato era que o filme praticamente não tinha cenário! Foi filmado num galpão, onde as casas não tinham parede (apenas algumas, o suficiente) e não tinha porta e o chão era concreto, as flores e as plantações eram imaginárias. De iní­cio achei esquisito confesso, mas depois achei engraçado. Isto porque os atores se comportavam como se tudo tivesse realmente aí­. O cenário se resume a algumas paredes, porém a maioria era determinado por riscos no chão. Achei engraçado as escritas no chão: elas identificavam o cenário,... tipo na rua, estava escrito literalmente o nome da rua em
giz no chão. Ficavam escrito no chão também o canteiro onde tinha plantação de groselhas, ... até o único cachorro da vila (cujo o filme recebeu o nome) era representado pelo desenho de seu contorno no chão (como fazem os policiais para marcarem o local dos corpos das vítimas) identificado com a palavra "dog" ao seu lado. Apesar de ser apenas um desenho no chão, podia-se ouvir o cachorro latir. O restante era alguns móveis básicos e o jogo de iluminação que sabia muito bem separar os cenários, coisa que as paredes não deram conta de fazer.
Confesso que os primeiros 30 minutos são difí­ceis de se acostumar com essa falta de cenário. Meu pai foi fazer outra coisa e a minha irmã acabou dormindo. Mas eu realmente topei o desafio!

Porém com o passar do filme, a minha atenção era redobrada. A história era envolvente. Os atores eram extraordinários!
O narrador era extraordinário! Ele te induzia ver no cenário componentes que estavam faltando. Em uma parte do filme me peguei imaginando situações que o narrador falava, entretando não acontecia realmente: Ex. Numa parte, o narrador começou a falar que o personagem estava sob uma tempestade e o vento desequilibrava o personagem. Pois é, o ator agia como tal porém não tinha chuva e vento nenhum. Mas até eu descobrir que não tinha nenhum desses efeitos básicos do cinema, a cena já tinha se passado.

Com o progredir do filme, a falta de cenário não mais me incomodava, aliás, no fundo, acredito que o diretor fez questão de não colocá-lo porque a importância do filme não estava no cenário ou nos efeitos especiais milionários daqueles filmes de bilheteria. Percebi que o cenário do filme era o comportamento humano. Nada mais interessava, o resto era supérfluo. E esse jogo de genialidade nos fazia cada vez mais prender aos detalhes da fala e das atitudes dos atores. Quantos e quantos filmes já assisti que tinha um monte de efeitos computadorizados e no fim, o filme ficara uma porcaria! Acredito que isto deu um banho de água fria àqueles filmes norteamericanos totalmente chatos. (salvo Matrix, não vamos exagerar). Aliás, acho que o filme todo foi uma crí­tica aos estados unidos.

Já me prolonguei de mais! Sei que post muito longo afugenta os leitores, mais se tiverem paciência, mas acima de tudo curiosidade desta grande obra-prima, assista o filme e leia algumas das reportagens que achei na Internet.
São de mais!!!!

http://www.rabisco.com.br/34/dogville.htm

quinta-feira, junho 02, 2005

Chesterton e a Ciência

Foi lendo "Um antropólogo em Marte" que cheguei a este escritor que decido comentar hoje. No Prefácio desta obra, Olivier Sacks citou um trecho do que o Padre Brown, um personagem de Guilbert Keith CHESTERTON, falou quando foi interrogado sobre o teu método ("seu segredo").: "A ciência é uma grande coisa quando está a nossa disposição; no seu verdadeiro sentido, é uma das palavras mais formidáveis do mundo. Mas o que pretendem esses homens, em nove entre dez casos, ao pronunciá-la hoje? Ao dizer que a detecção é uma ciência? Ao dizer que a criminologia é uma ciência? Pretendem colocar-se no exterior de um homem e estudá-lo como se fosse um inseto gigante, sob o que chamariam luz severa e imparcial – e que eu chamaria morta e desumanizada. Pretendem distanciar-se dele, como se ele fosse um remoto monstro pré-histórico, e fitar a forma de seu “crânio criminoso” como se fosse uma espécie de sinistra excrescência, como o chifre de um rinoceronte. Quando o cientista fala de um tipo, nunca está se referindo a si mesmo, mas a seu vizinho, provavelmente mais pobre. Não nego que a luz severa possa ser benéfica às vezes, embora, em certo sentido, ela seja o oposto da ciência. Longe de converter-se em conhecimento, ela é a supressão do que sabemos. É tratar um amigo como estranho e fazer com que algo familiar pareça remoto e misterioso. É como dizer que o homem carrega uma probóscide entre os olhos e que cai num estado de insensibilidade a cada 24 horas. Bem, o que você chama de ‘segredo’ é exatamente o contrário. Não tento me colocar do lado de fora do homem. Tento me colocar no seu interior."
(SACKS apud CHESTERTON, 1995, p. 19)
SACKS, Olivier. Um antropólogo em Marte. Trad. Carvalho. São Paulo-SP: Companhia das Letras, 1995.



Chesterton é um romantista satírico, atacou o racionalismo, o cientificismo, o imperalismo, mas também os revolucionários. O que gostei nele é justamente esta crítica que faz sem, no entanto, extrapolar-se. Critica a Ciência e toda a sua conseqüência, porém admite sua beleza e sua importância. A questão está em como o homem em geral conduz e vê a ciência. Se conseguíssemos ver a ciência e o homem de dentro para fora, ela poderia se tornar um grande aliado a nossa felicidade, não poderia?
A ciência hoje é movida basicamente por razão EXTREMA. O problema não é a razão em si mas sim o que posso dizer de razão irracional, ou seja, racionalizar sem emoção. Sou adepto da teoria em que tudo na vida, para ser harmônico, tem de estar em equilíbrio, inclusive a razão e a emoção. Qualquer um desses em excesso pode desencadear uma catástrofe!

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Local: Brazil
Escultura
Ron Mueck, nascido em 1958 e associado à National Gallery londrina desde 1999, trabalhou por 20 anos... <leia mais! : 1 - 2>

Fotografia
João Miguel Lourenço <veja sua galeria>

Pintura
J. Enrique González <veja sua galeria>

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